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Trânsito e stress intensificam-se no Bolhão

As obras de requalificação do Mercado do Bolhão são de envergadura e obrigaram a várias mudanças na circulação de pessoas e veículos na área. Há trânsito, filas que se acumulam nas paragens e dificuldade em cumprir horários pelos autocarros.


O prazo final da obra está previsto para maio de 2020 | Paulo Pimenta

O dia começa e a rotina repete-se para aqueles que cruzam caminhos no Bolhão. Desde meados de agosto, as viagens de e para o trabalho têm nova companhia e não da melhor. Buzinas e apitos são a cereja no topo das obras do túnel do Bolhão.

As quatro ruas que abraçam o antigo mercado são o cenário do caos. Quem sai do metro na Alexandre Braga depara-se com uma barreira que se estende abaixo até à Rua Formosa, agora totalmente impedida pelas obras. É aí que o túnel subterrâneo vai permitir as cargas e descargas do mercado.

Nas ruas circundantes, o trânsito foi invertido. António Teixeira, agente da PSP, vai passar o próximo ano, prazo previsto para a conclusão da obra, a sinalizar o trânsito no epicentro da construção.

A sua voz dificilmente se sobrepõe à confusão da rua, mas o seu olhar permanece concentrado entre as faixas e os semáforos. “Alguns respeitam só proque nos veem. Outros respeitam, por damos ordens. E outros não respeitam“, afirma ao JPN.

Ao apito do agente António Teixeira, o 803 passa e leva consigo a fila extensa que se acumulava na paragem provisória. “Antes, vinha-se para Sá da Bandeira. Por causa das obras, viemos para aqui”.

Maria Moreira vai apanhar o próximo se ele passar: “Agora é um stresse. Dantes era mais calmo. Dantes vinha de camioneta. Agora venho de comboio vou de autocarro… tenho de procurar o melhor”. Mas tem de apanhar mais autocarros? “Sim. Tenho de mu

dar, depois. Tenho de andar mais rápido senão não apanho o outro transporte. Tenho de correr. Basicamente, passo os dias a correr. É um stresse.”

Mais de quatro dezenas de pessoas distribuem-se entre o poste da STCP até à curva para Santa Catarina. No sentido oposto, segue Fernando Barbosa, condutor do autocarro 305. O destino ainda é o Hospital de São João, mas o desvio revela-se inoportuno: “Por causa dos atrasos. Afeta-nos muito na questão de tentarmos cumprir os horários. Não se consegue.”

O 305 continua o caminho, já atrasado, contornando as obras do túnel do Bolhão. Para quem passa diariamente pelo mercado, o tempo circula, como os transportes, em contra-mão. Durante o próximo ano, para navegar pelo Bolhão, o melhor mesmo é apanhar o metro.



Este artigo foi realizado em colaboração com Catarina Moscoso para o JPN - JornalismoPortoNet.

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