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Inês Moura Pinto

Mãos à obra: o projeto que começou nas redes sociais e acabou nas ruas

Mãos à obra é o projeto que está a juntar as pessoas na limpeza das suas cidades, pelo bem do planeta. A primeira recolha organizada aconteceu no dia 22 de setembro de 2019 e a próxima já está marcada para dia 12 deste mês.


A próxima limpeza está marcada para dia 12 | Instagram do projeto

O ano que passou ficou marcado pelos movimentos climáticos. A emergência ambiental aumentou, mas a consciência também. Além das greves, campanhas, discursos políticos e projetos habituais, surgiu um novo contributo solidário: “Mãos à obra”. Trata-se de um incentivo ao voluntariado, um desafio à população para limpar as cidades ao mesmo tempo em Portugal.


Segundo o website do projeto, o principal objetivo deste movimento é “sensibilizar e dinamizar a sociedade Portuguesa no que diz respeito ao lixo que é deitado todos os dias no chão das ruas, matas, campos e jardins de todo o país”. Inês Durão, uma jovem da Figueira da Foz, pegou no seu descontentamento com o estado da poluição em Portugal e decidiu transformá-lo em pro-atividade coletiva. Inês “tem como ambição ajudar Portugal a ser um país mais limpo e consciente no que diz respeito ao impacto humano na natureza”.


Tudo começou nas redes sociais, que permitiram juntar vários jovens à causa. A primeira limpeza coletiva realizou-se a 22 de setembro de 2019. No instagram explicam que a escolha do dia se deveu à época balnear ter terminado dia 15. Data até à qual as câmaras municipais são “responsáveis pela limpeza das praias e ruas”. Deste modo, não haveria mais ninguém a fazê-lo. A recolha e separação do lixo seguiu um roteiro “criado pelo representante de cada zona” e teve como “único objectivo” apanhar o “máximo de lixo” possível. Assim, foram 94 grupos juntos pela limpeza do país, mais de 2828 participantes contribuíram para a recolha de quase 60.000 litros de lixo, dos quais 908 litros são de beatas recolhidas.


Aquilo que começou como um convite online evoluiu para mais de 90 grupos locais organizados no continente, nas ilhas e até na Europa. Na maior parte dos casos, a recolha contou com o apoio das câmaras municipais e juntas de freguesias. A distribuição de material (luvas e sacos) e a recolha e separação do lixo, posteriormente enviado para locais de tratamento especializado, tiveram a ajuda de algumas pequenas e grandes empresas.


No Porto, o cenário contou com 12 grupos distribuídos pela cidade, sendo um dos três distritos com mais grupos. A causa moveu 215 voluntários, que se juntaram para limpar 6140 litros de lixo. Na distribuição do número de beatas recolhidas no país a fatia do Porto é a maior. Foram apanhados 222.8 litros de beatas no dia 22 de setembro.


O processo para participar é bastante simples. Os interessados necessitam apenas de pesquisar na agenda do site se existe alguma recolha organizada na sua região e entrar em contacto. Como resposta, o site fornece uma ligação para um grupo de chat do Whatsapp, as redes sociais do representante e o número de membros atualizado. Além disso, é ainda possível consultar um mapa com as informações por localização e a secção “Mãos à obra no mundo” para quem quer participar fora de Portugal. De momento existe apenas um grupo em Londres.


O projeto, que abrange mais de 30 cidades, ainda está em crescimento e procura mais participantes e representantes para novas saídas de recolha. A próxima limpeza está agendada para dia 12 de janeiro de 2020, à escala nacional.


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