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Foto do escritorMara Tribuna

Concerto de Ornatos Violeta, “um prazer triplicado por ser no Porto”

Os Ornatos Violeta voltaram ao Porto para celebrar os 20 anos de O Monstro Precisa De Amigos. A banda portuense estreou o Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota no dia 31 de outubro com um concerto contagiante.

Os Ornatos Violeta conquistaram o Super Bock Arena | Inês Moura Pinto

Concerto em 360 graus, Ornatos Violeta no meio e oito mil pessoas à volta. O Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota estreou assim. A banda portuense voltou a casa para dar um espetáculo emocionante, comemorando o vigésimo aniversário do álbum O Monstro Precisa de Amigos. E os Ornatos tiveram muitos amigos nessa noite.

Noite de Halloween que prometeu ser diferente. Foi o primeiro concerto em nome próprio que a banda deu este ano, depois de passar por quatro festivais diferentes no verão: Nos Alive (Lisboa), Marés Vivas (Vila Nova de Gaia), Festival F (Faro) e Maré de Agosto (Açores). Excetuando o concerto no Marés Vivas, a banda já não tocava no Porto desde 2012.


Com hora marcada para as 22h00, o concerto começou poucos minutos depois com “Como Afundar” de Inéditos/Raridades, o último disco. O público aplaudiu fervorosamente o regresso da banda: sentiu o “amor a tocar no avesso da saudade”. A sala estava preenchida por um público variado que percorria várias faixas etárias: fãs que independemente da idade fizeram questão de esgotar a sala cinco dias após a abertura da bilheteira.


Com a canção “Tanque”, o quinteto entrou no Monstro, o álbum de celebração, mas rapidamente voltou a Inéditos/Raridades com “Há-de Encarnar”. Manel Cruz estava já sem camisola, como é costume nos seus concertos. O público estava cada vez mais eufórico, não com a nudez do vocalista, mas com toda a energia que a banda emanava. “Pára de Olhar para Mim”, d’O Monstro Precisa de Amigos, foi a quarta música tocada.


É certo que o novo espaço propiciou um ambiente mais intimista: com o concerto em 360 graus, o palco estava no centro da arena, criando uma envolvência maior entre a banda e a plateia. Além disso, o pavilhão renovado surpreendeu também com os jogos de luz e as projeções visíveis na cúpula da arena, que começaram em “Para Nunca Mais Mentir”. O público seguia o espetáculo visual com os olhos, mas o centro da atenção nunca deixou de ser o quinteto portuense.


Manel Cruz, com a sua energia de sempre, contagiou o pavilhão. Foram vários os momentos em que a plateia acompanhou a letra, em coro do início ao fim, e “Ouvi Dizer” foi, sem dúvida, um deles. As músicas seguintes continuaram a ser do álbum de celebração: “Nuvem”, “Notícias do Fundo”, “O.M.E.M”, “Chaga”, “Coisas” e “Deixa Morrer”. O público não conseguia ficar indiferente ao ânimo da banda e, particularmente de Manel Cruz, que corria o palco de um lado ao outro.


[Áudio - excerto da música "Coisas"]


Após a série do segundo álbum, Ornatos Violeta revisitaram Inéditos/Raridades com “Devagar”. Milhares de telemóveis foram tirados do bolso para formar um enorme mancha luminosa que enchia o pavilhão. O coro, as luzes e a guitarra acústica de Manel Cruz criaram um ambiente mágico. “Capitão Romance” fez a transição necessária para as músicas seguintes: “Dia Mau” e “Pára-me Agora” deixaram novamente o público ativo e enérgico.


Depois de “Pára-me Agora”, Manel Cruz aproveitou para dizer à audiência: “é um prazer enorme estar aqui”. O vocalista disse ainda que a banda tinha estado presente na reabilitação do espaço e, de seguida, quis “agradecer a muita gente que merece uma enorme salva de palmas”. O vocalista terminou por mencionar o esforço que as obras de requalificação exigiram: “foi mesmo incrível, esta merda dá um trabalho do caralho”.


Antes de saírem do palco pela primeira vez, Manel acrescentou “é um prazer triplicado por ser no Porto”, ao qual o público reagiu com enorme fervor. Foi, de facto, uma noite de emoção, prova disso foi um pedido de casamento que se realizou em pleno palco. Após tocarem “Dia Mau”, do segundo álbum, os Ornatos despediram-se apenas para regressar poucos momentos depois. Ao voltar, Manel Cruz chamou ao palco um homem, Pedro, ao qual perguntou: “aceitas Sandra como tua legítima esposa para curtirem até ao fim da vida?”. Apesar da troca do nome - a noiva, na verdade, chamava-se Paula Alexandra - o pedido foi aceite e o concerto prosseguiu com “Tempo de Nascer”.


O primeiro encore contou também com “Dama do Sinal”, do primeiro álbum Cão!, e “Fim da Canção”, do Monstro. O quinteto saiu do palco pela segunda vez, mas regressou novamente passado poucos instantes, recebido por um enorme aplauso. Já no segundo encore foram tocadas as músicas “Punk Moda Funk”, “Dias de Fé” e “Raquel”.


Após terem abandonado o palco três vezes e depois do público ter pedido, em uníssono, “só mais uma”, a banda voltou para se despedir de vez com “Raquel”. Os aplausos foram fortes e os assobios, estridentes. No total, o concerto durou cerca de 2 horas, foram tocadas 22 músicas e o ambiente foi, acima de tudo, de emoção. O público saiu da sala de coração cheio.


A banda regressou no dia seguinte, dia 1 de novembro, ao Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota para repetir o concerto esgotado. Ornatos Violeta ainda voltam a tocar este ano: a banda vai a Lisboa, Campo Pequeno, no dia 6 de dezembro.


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