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Foto do escritorMara Tribuna

A “febre” de Balthazar: casa cheia no concerto do Porto

Domingo à noite e casa cheia no Hard Club. Após atuarem em Lisboa, no Super Bock em Stock, a banda belga veio tocar ao Porto num concerto em nome próprio, organizado pela promotora “Suspeitos by Mr. November”.

Maarten Devoldere, um dos vocalistas de Balthazar | Inês Pinto da Costa

As portas do Hard Club abriram às 21h e a primeira parte do concerto, que começou às 21h30, ficou a cargo dos From Atomic, uma banda de Coimbra de dream pop que abriu para Balthazar. Os bilhetes, vendidos a 27€, esgotaram. A sala 1 do Hard Club estava cheia, com um público maioritariamente adulto e ansioso para ver o quinteto belga. Após uns minutos de espera, os Balthazar pisaram o palco às 22h40, recebidos com fortes aplausos.


A música “Do Not Claim Them Anymore”, do segundo álbum Rats, abriu o concerto no Porto. Já “The Boatman”, do primeiro disco Applause, foi a segunda tocada e, graças ao seu ritmo dançável, deixou o público mais solto. A banda começou então por navegar pelos primeiros dois álbuns, Rats (2012) e Applause (2011), antes de chegar a Fever, o álbum mais recente, editado este ano.


Começou assim a “febre” com “Grapefruit”, a primeira música tocada do último álbum. O jogo de luzes e a interação da banda captava cada vez mais a atenção da plateia. O ambiente começou a aquecer e Fever continuou a contagiar com “Wrong Faces”, a quarta música tocada.


[Áudio - excerto da música "Grapefruit"]

“Watchu Doin’” continuou a série do álbum mais recente. Era impossível ficar indiferente à sonoridade e ao ritmo de Balthazar, o quinteto belga que em Fever apresenta um toque mais exótico. “It’s sunday night, are the vibrations good?”, pergunta o vocalista ao fazer a ponte para “Wrong Vibration”. Já com uma onda mais calma, “Phone Number” foi a música seguinte.


Balthazar revisitaram Rats, o segundo álbum, lançado em 2012, com “The Oldest of Sisters” e “Sinking Ship”. O quinteto belga é formado por Maarten Devoldere (voz, guitarra), Jinte Deprez (voz, guitarra), Simon Casier (baixo), Michiel Balcaen (bateria) e Tijs Delbeke (guitarra, teclas, violino, trombone).


Este ano, os Balthazar já tinham estado no palco secundário do Vodafone Paredes de Coura, em agosto. Mas tocar no Porto foi especial: “we took way too many years to get here”, confessaram. Depois de agradecerem a uma casa cheia, contaram ainda que era o seu primeiro concerto independente como Balthazar.


A “febre” voltou com “I’m Never Gonna Let You Down” e com “Changes”, músicas que aqueceram o Hard Club para culminar no clímax de “Fever” - a canção que dá nome ao álbum -, sem dúvida um dos pontos altos da noite. Foram vários os momentos em que a plateia acompanhou a letra, bateu palmas fervorosamente e assobiou. “Can you feel it? The fever?”, perguntou o vocalista Maarten Devoldere.


Mas os créditos não vão todos para Balthazar: o próprio público estava com uma energia contagiante, sempre pronto a cantar juntamente com a banda. “This is your show now”, brincou Maarten Devoldere. Fever continua a mostrar o lado indie de Balthazar, mas acrescenta-lhe um ritmo mais dançável e exótico, o que foi, sem dúvida, um fator importante no concerto de ontem, no Hard Club.


[Áudio - excerto da música "Fever"]

“Entertainment”, ainda do álbum mais recente, foi a última canção antes da banda sair do palco. Passado poucos momentos, e após terem sido chamados pelo público, apenas um dos membros da banda - o vocalista Maarten Devoldere - regressou para tocar a solo a música “So Real”, o que resultou num momento intimista com o público.


Depois seguiu-se “Bunker”, a única tocada de Thin Walls, o terceiro álbum, de 2015, e uma das músicas mais conhecidas de Balthazar. O público cantou a letra do início ao fim e a energia voltou assim a encher a sala. Já no final, “Blood Like Wine”, do primeiro disco, terminou aquele que foi um concerto inesquecível não só para o público, mas também para a banda. Balthazar despediram-se então com uma vénia final, agradecendo a noite.


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